E ela, sozinha no quarto escuro, meia noite, lia seus livros românticos, imaginava as cenas, os casais e pensava: Porra, será que algum dia vou ter um amor assim? Ela estava cansada de se sentir sozinha. Cansada de ficar parada sem saber pra onde ir. Sempre via garotos na rua, alguns achava bonitos, outros intelectuais, outros metidos demais, mas a questão era; Ela nunca achara o garoto, o que fizesse o mundo dela parar e a mente pensar: Puta que pariu. É ele. Pronto achei.
Ela quer um amor que faça o chão dela tremer. Um amor que leve embora todos os tons de cinza que existem na vida dela. Um amor que toda vez que ela sentir o barco afundar, venha e seja a sua âncora. Um que ela possa contar nos dias de chuva, pra ficar abraçada e assistir pela milésima vez o filme romântico favorito dela. Um que aguente as crises que ela tem na TPM, que não se importe com o cabelo dela depois que ela acordar, um que a ame pelo que ela é. Porque a moça é um poço de qualidades, mas também de defeitos.
Ela é um poço de caos, e uma profundeza de calmaria. A moça tem inúmeros defeitos, mas o maior deles é querer um amor, não dois, ou três, só um, um que seja verdadeiro, recíproco, que arranque sorrisos dela, ela só quer isso, uma chacoalhada na vidinha de cinza dela, um arco-íris depois de toda essa chuva, um amor que ilumine o quarto escuro em que ela lê seus livros embaixo de um edredom velho com uma lanterna de luz amarela. A moça só quer ser feliz, ao lado de alguém claro, alguém que não deixe mais ela pedir em silêncio antes de dormir: "libera um amor senhor, por favor"
